sexta-feira, 24 de outubro de 2008

BioFach


São Paulo sedia a BioFach, maior feira de agricultura orgânica da América Latina. O Globo Rural foi conferir como os agricultores brasileiros estão aproveitando esse mercado.

O produtor José Carlos Gonçalves tem um hectare no município de Ibiúna, São Paulo. No sítio ele planta hortaliças e temperos. Tudo é orgânico. Ele conta que a atividade rende uma média de R$ 1,6 mil por mês. Ele explicou porque é vantajoso para o pequeno agricultor investir no orgânico.

“Além de depender de uma escala muito grande para a venda, na agricultura convencional tem de ter volume. Aí vai trabalhar com produtos químicos, cujos preços geralmente são muito caros. Já no orgânico a gente aproveita as sobras vegetais e os restos de animais. Com isso, a gente barateia os custos de produção”, explicou seu José Carlos.

O seu José é um dos 16 agricultores que fazem parte da Associação de Pequenos Produtores Orgânicos de Ibiúna. A associação conta com a ajuda de uma certificadora francesa que faz as auditorias e concede o selo de produto orgânico aos produtores.

O presidente da associação, Geraldo Magela, disse que a entidade entrega hoje R$ 100 mil por mês em produtos orgânicos e o mercado vem crescendo. “Nós somos pequenos ainda, mas estamos crescendo rápido. Nos últimos seis meses nós dobramos o faturamento”, contou.

Os alimentos produzidos pela associação em Ibiúna ganharam nesta semana uma enorme vitrine. Eles estão expostos em São Paulo na BioFach, maior feira de produtos orgânicos da América Latina. Tem de tudo um pouco: mel, conservas orgânicas e artesanato orgânico, como um tapete feito com taboa e um vaso feito com resíduo de milho.

O evento reúne mais de 300 expositores e 15 países. Segundo a Fipe, Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas, é um setor que só no Brasil movimenta US$ 250 milhões por ano. Quem vem de fora busca qualidade e oportunidades de bons negócios, como o japonês que feio com a missão de comprar carne orgânica e o alemão que espera exportar frutas sem agrotóxicos para a Europa.

No cenário que mais se parece com um enorme hipermercado de produtos naturais já há quem comemore negócios com o exterior, como a cooperativa que vende doce de umbu.

“O doce está sendo muito vendido no Brasil e é um produto já de exportação. Nós temos hoje já a comercialização desse produto na França, na Áustria e na Alemanha”, disse Miroval Marques, assessor da cooperativa.

A BioFach termina no sábado.

FONTE: Globo Rural

Nenhum comentário: