quarta-feira, 29 de outubro de 2008

Armazéns no limite

A Coamo Agroindustrial, com sede em Campo Mourão (Noroeste), possui uma capacidade instalada própria para armazenar 3,66 milhões de toneladas de grãos. Com a aumento da produção e também da sua área de ação, nos últimos anos a cooperativa passou a buscar espaço em armazéns de terceiros, como da Conab.

Hoje, para acomodar a produção dos cooperados, ela precisa contratar, em média, 500 mil toneladas. Para o próximo ano, no entanto, a Coamo se prepara para alugar silos que comportem perto de 1 milhão de toneladas, extra capacidade. Ao contrário do que se possa imaginar, o motivo não está no tamanho da safra, que deve ser normal em volume de produção. A preocuação é com os estoques em alta e os preços em baixa, equação que trava o mercado e compromete a liquidez dos grãos.
E o aperto não é exclusividade da cooperativa. Os números revelam que o volume estocado é 25% superior à média histórica para está época do ano no Paraná. Somando o que restou do ciclo de verão, com o excelente resultado do trigo e do milho safrinha, estima-se que 10 das 24,64 milhões de toneladas da capacidade do estado estejam ocupadas – nesta época a ocupação sempre girou de 7 e 8 milhões de toneladas.

O Paraná responde por 20% da capacidade de armazenamento do país. A explicação para aparecer no topo do ranking está no cooperativismo. As cooperativas do estado detém 54% das 24,64 milhões de toneladas disponíveis. Essa estrutura poderia ser ainda maior, não fosse a crise econômica, que obrigou a revisão dos investimentos. O sistema havia programa aplicar neste ano R$ 355 milhões na ampliação e modernização dos silos. Até agosto foram realizados 60% dessa verba. O restante dos recursos foi suspenso até segunda ordem, explica Fávlio Turra, gerente técnico econômico da Organização das Cooperativas (Ocepar).

FONTE: Caminhos do Campo

Um comentário:

ஜ ηє ஜ disse...

Assim como o Banco Central vem fazendo com o sistema financeiro, fornecendo recursos para evitar uma “quebradeira” generalizada – o que é correto e louvável – o Governo Federal precisa fazer com o agronegócio brasileiro.

A questão do endividamento merece um tratamento mais sério por parte do setor financeiro, assim como o financiamento da safra lembrando que a natureza não espera e que neste mês de outubro estamos no auge do plantio da próxima safra de verão.

Temo que, se não forem tomadas as medidas certas, o setor rural acabe engolfado numa nova crise de endividamento, como ocorreu na década de 1990 e nos anos recentes deste século. O Governo – e a sociedade – devem ter em mente que é o agronegócio é o responsável pelos saldos em nossa balança comercial, saldos esses que permitiram ao Pais liquidar a sua dívida externa e se colocar em posição menos desconfortável perante a economia mundial.