sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009

Pesquisador recomenda monitoramento nas lavouras de soja em MT

Produtor rural deve aproveitar momento para avaliar as características das plantas que ainda não foram colhidas. Se encontrar qualquer irregularidade na formação das mesmas, deve tomar medidas de prevenção para que as anormalidades não voltem a acontecer na safra seguinte.

José Tadashi, um dos fitopatologistas mais conceituados do Brasil, consultor-técnico da Fundação de Apoio à Pesquisa Agropecuária de Mato Grosso, Fundação MT, explica que este é o momento para verificar deficiências ocasionadas pela incidência de pragas, doenças ou manejo incorreto de solo.

"Se na hora da observação da planta, verificar que a raiz está superficial, é um indício para se fazer análise físico-químico do solo, avaliar quanto a acidez, se for o caso, será preciso fazer correção do solo para a próxima safra".

Tadashi afirma que os cuidados quanto a parte físico-químico é importante para conferir maior sanidade e dar capacidade para a planta tolerar aos diversos fatores restritivos de produção. "Tem de estar com solo corrigido, bem equilibrado quanto a fertilizantes, que permite um desenvolvimento radicular profundo para suportar, por exemplo, um período de estiagem".

De acordo com o pesquisador, mesmo que a ferrugem asiática da soja não tenha incidido nesta safra (2008-2009) como nas anteriores, o monitoramento constante da lavoura é primordial até a última planta de soja ser colhida. "Há lavouras ainda com fase de enchimento de vagem. Neste caso, tem de acompanhar e monitorar a ferrugem. A chuva dos últimos dias pode favorecer a doença. Por isso produtor tem de continuar em alerta", recomenda Tadashi.

Além da ferrugem da soja, produtor tem, conforme o fitopatologista, ficar atento quanto às doenças de final de ciclo. Mancha-alvo é citada por Tadaschi como uma das doenças que incide na fase final do ciclo da soja.

Na avaliação de Tadashi, o fungo Phakopsora pachyrhizi, causador da ferrugem da soja não se alastrou nas lavouras mato-grossense porque o produtor rural está mais atento. Além disso, a estiagem no início da safra, o respeito ao vazio sanitário (período em que não é permitido o cultivo de soja irrigada), a aplicação preventiva de fungicidas, a eliminação de plantas guaxas, são apontados como fatores que não permitiram a proliferação do fungo.

"O clima não favoreceu a evolução da ferrugem no início da safra e aplicação foi feita no momento oportuno. Desta forma comparado às safras passadas, o foco em Mato Grosso diminuiu. Mas o produtor tem de continuar fazendo o dever de casa. Não pode descansar", destaca Tadashi.

Estas e outras informações estão sendo apresentadas por Tadashi no TecnoCampo 2009. A próxima etapa do evento acontecerá dia 28 (sábado) na região do Vale do Araguaia de Mato Grosso, no município de Canarana. Assim como nas outras etapas, no TecnoCampo 2009 está sendo apresentado a tecnologia Inox, desenvolvida pela Fundação MT e pela Tropical Melhoramento Genético (TMG). Participantes do evento podem ver no campo o desempenho das variedades de soja resistente a ferrugem asiática. Estas cultivares foram plantadas na safra atual pelos produtores de grãos e na próxima safra será plantada por produtores de grãos.

Mais informações sobre o TecnoCampo 2009 no www.fundacaomt.com.br

FONTE: FUNDAÇÃO MT

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