terça-feira, 4 de novembro de 2008

Leite tem futuro

Com sala cheia, o ex-ministro da Agricultura, Roberto Rodrigues, falou hoje sobre o agronegócio na Feileite, feira de gado leiteiro que termina amanhã, sábado, no Centro de Exposições Imigrantes, em São Paulo.
Rodrigues afirmou que nos últimos dez anos, as exportações de etanol subiram 270%, as de carne bovina 97% e as de suínos, 95%. O leite, que há quatro anos o Brasil não exportava, também cresceu na pauta externa e deve fechar 2008 com um faturamento de 500 milhões de dólares. "Prevaleceu a eficiência do nosso produtor. Sem Rodada Doha, sem OMC, conquistamos mercados desenvolvidos e emergentes", diz.

E foram nos países emergentes, segundo Rodrigues, que as exportações nacionais explodiram. "O mundo incorporou milhões de famílias à mesa e isso alavancou as vendas de alimentos." Só os produtos lácteos são embarcados para cerca de 200 países, sendo que o principal comprador é a Venezuela com 150 milhões de dólares.

O cenário para o agronegócio brasileiro, que era bastante promissor, está exigindo cautela diante do terremoto financeiro. Porém, Rodrigues observou que se o país fizer corretamente a lição de casa, ele deverá expandir ainda mais as exportações a partir de 2010.
"Estamos plantando uma safra mais cara e com menos crédito. Em consequência, existe o temor de o produtor usar insumos mais baratos e a produtividade cair."
Rodrigues afirma que o governo está fazendo a parte dele, ao liberar recursos. "Os bancos estão segurando dinheiro, mas o motivo é a incerteza diante do futuro."

Rodrigues defende uma política de preços mínimos e o alocamento de recursos por parte do orçamento. "Se essas medidas forem à prática, os bancos perdem o receio e uma grande safra pode sair da terra em 2009, consolidando-se em 2010, pois uma coisa é certa: ninguém vai deixar de comprar alimentos."

O ex-ministro revelou ainda que o rebanho leiteiro cresceu 29% nos últimos 14 anos e a produção foi incrementada em 149%. "O leite também se modernizou. O pecuarista foi atrás de genética boa, aprendeu a manejar o gado, e hoje o futuro do setor é promissor, mesmo com os baixos preços atuais do litro de leite pago ao fazendeiro."

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