quarta-feira, 15 de outubro de 2008

Crédito rural

O presidente da Comissão Nacional de Crédito Rural da CNA -Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil, Carlos Sperotto, afirmou hoje que a liberação adicional de R$ 5,5 bilhões para o crédito rural "não resolve o problema dos produtores rurais, mas alivia a situação". Ontem, em reunião extraordinária, o CMN - Conselho Monetário Nacional, ampliou de 25% para 30% a chamada exigibilidade bancária dos depósitos à vista, o que injetará R$ 5,5 bilhões no crédito rural, de acordo com o governo. Esses recursos serão oferecidos aos produtores com juro de 6,75% ao ano.

Sperotto lembrou que o produtor rural tem dificuldade em acessar as linhas de financiamento. "No ano passado, sobraram R$ 5 bilhões da exigibilidade, que os bancos não aplicaram. Não adianta anunciar números se o produtor está inviabilizado de obter estes recursos há anos", disse. A classificação de risco das operações de crédito rural dificulta os empréstimos, disse.

Hoje, o BC - Banco Central, publicou uma carta circular na qual determina que a análise de risco das operações rurais seja feita "caso a caso" pelas instituições financeiras. Até agora, a classificação seguia um padrão. Para técnicos do Ministério da Agricultura, a mudança não facilita o crédito. Eles argumentam que, num cenário de escassez de dinheiro, reflexo da crise financeira mundial, os bancos não vão ampliar o leque de empréstimos.

Até a divulgação da carta circular, hoje, quanto maior o nível, mais alta é a probabilidade de o produtor rural não pagar os empréstimos contratados. Para que o produtor possa obter crédito, precisa estar classificado no nível C, o patamar mínimo para conseguir recursos sem maiores dificuldades. No entanto, muitos produtores, ao renegociarem seus débitos com base na Lei 11.775 (antiga Medida Provisória 432), mesmo adimplentes, tiveram seus riscos rebaixados pelos bancos.


FONTE: Globo Rural

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